29 MARÇO 2024
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INFORMATIVO - MATÉRIAS
13-11-2018 - GUARDANAPOS

13-11-2018   -   GUARDANAPOS

 

          Não íamos falar disso agora, mas diante dos últimos eventos, falaremos. É a primeira vez que um governo começa do zero. Normalmente todo governante eleito já tem uma equipe pronta. A de ladrões que ocuparão todos os postos-chave, já estando tudo certo com relação ao que, quanto e como. Como a roubalheira se dará. O governante é alçado e junto com ele segue uma nuvem de cupinchas, asseclas partidários, correligionários, fisiológicos, oportunistas, etc.


          Desta vez foi diferente. Bolsonaro foi eleito, mas somente os principais cargos já tinham ocupante definido ou de preferência. A cúpula da Administração inteira terá de ser preenchida com pessoas de confiança. E estas pessoas, de antemão, não existiam, não estavam definidas. Estão sendo definidas agora, que a vitória é uma realidade. Pessoas excelentes como Moro foram escolhidas e entraram com carta branca. O mesmo não se dá em outros setores, em face da dificuldade de encontar expoentes icônicos incontroversos como Sérgio Moro.


          Paulo Guedes foi uma sugestão que Bolsonaro recebeu há não muito tempo, não era um ser do Olimpo como Sérgio Moro, era um simples pobre mortal. O contratempo que surgiu agora foi a indicação por Guedes de atuais integrantes da equipe econômica para alguns cargos. Independemente de qualquer ficha limpa que possam ter os escolhidos, deve ser evitado a todo custo a contaminação da nova Administração com dúvidas. Joaquim Levy foi escolhido para comandar o BNDES. Inacreditavelmente, segundo consta, estava ele presente na "festa dos guardanapos" de 2009 em Paris, a farra de Sérgio Cabral, que quebrou o Estado do Rio de Janeiro. Isso é um ponto negativo e um sinal de que o governo estará sujeito a possível sabotagem interna. O nome deveria ter sido recusado, por via das dúvidas.


          O problema aconteceu porque Bolsonaro não conseguiu encontrar o Sérgio Moro da economia. Embora o país tenha nomes para ocupar os diversos cargos, esses nomes precisam estar na esfera de relações ou de conhecimento do novo presidente, caso contrário torna-se demorado ou difícil preencher os cargos, somando-se a isso o empecilho da necessidade de aceitação do convite pelos escolhidos. Denúncias quaisquer que possam existir à parte, o Sérgio Moro da economia era constituído pela dupla Malan/Gustavo Franco. Pode ser uma opção, no futuro, caso Paulo Guedes tenha de ser substituído, por conta dos guardanapos que o rodeiam.


          Não há qualquer justificativa constitucional para sigilo de gastos do BNDES, sobretudo tratando-se de fraudes a granel. A publicidade é obrigatória, não havendo razão para o STF barrar a divulgação dos dados, exceto a conivência com a atual ditadura civil e sua corrupção. Essa será a primeira missão de Moro, divulgar estes dados criminosos.


          Outro ponto. Jogou-se nas costas de Bolsonaro o aumento do Judiciário. O governo Bolsonaro não começou ainda, a questão do aumento do Judiciário é do governo Temer. Embora os juízes mereçam recomposição salarial, considerando-se o congelamento de gastos em termos reais por vinte anos, o aumento significará restrição de outras verbas de gastos correntes no próximo exercício, pois no cômputo global as despesas nominais de um ano podem ser no máximo as do ano anterior corrigidas monetariamente, ou seja, não pode haver aumento real de gastos. Como o reajuste supera o valor da inflação oficial do último exercício, no cômputo global as despesas do judiciário relativas a gastos correntes que não a folha de pagamento terão de ser restringidas, para manutenção do valor real de despesas globais do Judiciário para o exercício seguinte. Os maiores beneficiários do reajuste serão os juízes que trabalham honestamente, que como todos os servidores públicos de todas as carreiras estão com salários defasados. Para quem vende sentenças, salário é troco e reajuste é esmola supérflua.


          Fique com Cláudio Dantas, de "O Antagonista", e a questão dos guardanapos de Joaquim Levy (é algo tão incrível que temos de colocar a história aí confirmada - isso mostra que Bolsonaro está tendo dificuldades para preencher todos os cargos da cúpula da Administração com pessoas da sua estrita confiança, tendo de delegar a terceiros esta responsabilidade, o que é algo que deveria ser evitado em se tratando de ministros da vala comum dos pobres mortais, Bolsonaro precisa rever isso):

 

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