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PRÓXIMO LIVRO: SERÁ SOBRE A
CRISE DO SUBPRIME DE 2008 NOS
EUA |
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Este "site" entrou no ar em
julho de 2009 e completa agora, portanto, seis anos. Na
época estava no auge a crise financeira dos Estados Unidos,
o "subprime". Havia um enorme risco de hiperinflação nos
Estados Unidos e foi isso que nos motivou montar este
"site", pois inflação é o nosso "leitmotiv": no ano 2000
publicamos na versão impressa um livro sobre a história da
inflação no Brasil: "A globalização e os trinta anos de
indexação no Brasil", com 319 páginas.
A partir de 2009 começamos então a escrever um novo livro,
desta vez sobre a hiperinflação nos Estados Unidos. Ele
chegou a ter mais de 600 páginas já prontas e íamos postá-lo
aqui para "download". A crise porém foi avançando e
tornando-se mais aguda. E aí, durante as pesquisas para este
novo livro, acabamos descobrindo um tema diretamente ligado
à raiz da crise: a irregularidade das ordens iniciáticas
esotéricas. A partir disso, o foco do trabalho mudou e
passou a ser descrever o que vem a ser isso. Chegamos a 5
mil páginas prontas (já somadas as 600 iniciais) para servir
de introdução ao assunto já definido, mas com a conclusão
ainda pendente no tocante à digitação.
Estávamos então trabalhando nestas 5 mil páginas, mas a cada
dia novos abalos sísmicos ocorriam na política e nos faziam
vir aqui para o "site" comentá-los. Assim foi até que
finalmente se chegou à fase de marasmo, tédio e melancolia
de 2014: mensaleiros soltos, STF arruinado, crise financeira
em fogo brando.
Nos Estados Unidos, apesar de o desemprego ter se reduzido
nas estatísticas oficiais, na realidade ele continua grande
e os salários continuam baixos. São já quase dez anos de
crise desde 2006, dos quais os últimos sete foram de juro
zero por parte do Fed, o Banco Central dos EUA. E são sete
anos também de impressão de dinheiro, SETE ANOS IMPRIMINDO
DINHEIRO! O país quebrou, exatamente como a Grécia, com a
diferença de que a Grécia não tem como imprimir dinheiro. A
bolha imobiliária estourou em 2006 e desde então injeções de
dinheiro têm sido feitas para salvar bancos do colapso no
mundo inteiro. Mas em 15 de setembro de 2008 um grande banco
quebrou: o Lehman Brothers. Ficou muito caro socorrê-lo. Daí
em diante a crise iniciada em 2006 entrou numa fase
explícita, com uma quebradeira em série de instituições
financeiras. Os prejuízos com a crise imobiliária
ultrapassaram o valor somado em bolsa de todos os bancos dos
Estados Unidos. Foi como se todos os bancos do país tivessem
quebrado ao mesmo tempo. Bilhões de dólares foram creditados
eletronicamente para impedir um colapso sistêmico nos EUA e
a seguir no mundo. Trilhões de dólares foram emitidos para
os "bail-outs", os resgates, pois não havia dinheiro
governamental suficiente para um resgate geral, o país
quebrou junto com os bancos. Outro fator agravante da crise
foi a enorme complexidade da matemática envolvida nas
fraudes financeiras e a estúpida alavancagem dos
derivativos, um enigma até para as autoridades do Fed, o
Federal Reserve, o banco central. Trilhões de dólares foram
emitidos também por isso, não se sabia a dimensão verdadeira
do caos. O resultado foi como apagar um incêndio com
gasolina. Embora a situação esteja agora sob controle para
efeitos midiáticos, nos bastidores a realidade é que o
colapso geral foi postergado por meio da criação de uma
bolha inflacionária que serviu para azeitar ainda mais as
fraudes financeiras antes em curso, produzindo-se agora um
problema ainda maior, infinitamente maior, cuja dimensão
real faz parecer 2008 e 1929 serem "um passeio no parque". É
por esta razão que os juros permaneceram por SETE ANOS em
ZERO. É uma economia em coma induzido. Se os juros subirem,
ou subirem muito, as artérias do paciente explodem.
Dívida pública em 2015: USD 18,3 trilhões (USD 9,2 trilhões
quando a crise começou em 2008)
PIB em 2015: USD 17,8 trilhões (USD 14 trilhões quando a
crise começou em 2008)
Despesas federais anuais orçadas em 2015: USD 3,6 trilhões
Arrecadação federal de tributos em 2015: USD 3,1 trilhões (USD
2,5 trilhões quando a crise começou em 2008)
Déficit público federal corrente em 2015: USD 495 bilhões
FONTE: http://www.usdebtclock.org
Assim, em termos nominais, desde 2008 o PIB subiu 27% (o que
dá um crescimento nominal de 3,5% médio ao longo de 7 anos).
Mas a receita tributária federal, em termos nominais, desde
2008, subiu só 24%.
Enquanto isso, a dívida pública desde 2008 subiu em termos
nominais 99%, ou seja dobrou.
Antes, em 2008, a receita tributária federal anual
representava 27% da dívida pública, ou a dívida pública
representava 3,68 anos de arrecadação tributária federal.
Agora, em 2015, a receita tributária federal anual
representa 16,9% da dívida pública, ou a dívida pública
representa 5,9 anos de arrecadação tributária federal.
Só não foi pior porque trilhões de dólares foram impressos.
Essa impressão aconteceu porque os dólares impressos na
verdade são receita necessária para bancar a quebra em bloco
de todo o sistema bancário americano, receita que não seria
conseguida com a emissão de novos títulos de dívida pública,
pois não haveria compradores por falta puramente física de
pessoas em tão grande quantidade e também por falta de
compradores por conta do risco que isso representaria para o
investimento. Assim, a impressão de dinheiro ocorreu porque
simplesmente não haveria quem pudesse bancar tantos trilhões
de dólares de gasto público para recompor USD 4,4 trilhões
em prejuízos efetivos que na verdade são uma base de
alavancagem perdida de negócios padronizados ou derivativos
que - se fosse seguida a regra de Basiléia - representaria
prejuízos potenciais de até 53 trilhões de dólares, sendo
que as regras de Basiléia na verdade não estavam sendo
seguidas, a alavancagem máxima permitida para os negócios
(12X) estava sendo burlada, havendo casos de 35X e até 100X.
Assim, o governo foi obrigado a imprimir dinheiro para
salvar o setor bancário em bloco (os trilhões de prejuízos
com negócios imobiliários representavam um montante superior
ao valor em bolsa de todos os bancos do país somados, era na
prática como se todos os bancos do país inteiro tivessem
quebrado).
Houve um hiato inflacionário em 2008-09, com produtos
subindo 100, 150%, enquanto que outros como os imóveis caíam
30, 40, 50%. Formou-se então uma enorme distorção na
economia, produzida pela inflação gerada pela impressão de
dinheiro, que fez o preço dos produtos importados subir. Nos
índices oficiais, manipulados, a inflação manteve-se
relativamente baixa como de costume, mas na realidade a
situação vivida nos EUA em 2008-09 é algo parecido com o que
aconteceu no Brasil de 2013 a 2015, na verdade até um pouco
pior. E isso foi objetivado pelo governo. A idéia era mesmo
produzir inflação, pois com os preços generalizados da
economia subindo, os preços nominais dos imóveis em queda
teriam uma pequena compensação em termos reais, ou seja,
cairiam, mas não tanto.
O grande perigo desta estratégia era produzir uma inflação
alta ao ponto de tornar os títulos da dívida pública a juro
zero um investimento com alto nível de prejuízo, o que
afastaria os investidores e levaria o país ao default da
dívida pública. Essa situação aconteceu em parte. Em vez de
os investidores fugirem dos títulos, eles pararam de
comprar, assim como fizeram os países compradores de títulos
como a China.
Mas a falta de compradores era o problema número um. Havia o
problema número dois, a fuga de investidores, o que
reduziria ainda mais o preços dos títulos, levando a um
"efeito rebanho". Foi por conta disso que se iniciou o "quantitative
easing", ou QE, no caso o QE1, o QE2, a Operação Twist e
depois o QE3 ilimitado que chegou a sua fase final agora
(meados de 2015) considerando-se a programação inicial. E o
QE4 é um evento antevisto ainda em 2008 que ainda não
começou.
Os grandes investidores começaram a fugir dos títulos da
dívida pública ainda em 2006, quando o preço dos imóveis
começou a cair e o economista Nouriel Roubini havia predito
o colapso. Foi então que o preço do ouro começou a subir,
quase quadruplicando de valor tendo em conta os níveis de
meados da década de 2000 e o nível a que chegou depois da
crise, beirando USD 2 mil a onça-troy.
Daí para frente o espaço para fuga dos "treasuries" (os
títulos da dívida pública) começou a desaparecer, ou seja,
os investidores começaram a ficar sem opções e o abandono em
massa dos títulos levaria a um colapso sem precedentes.
Iniciou-se o que se convenciou de "Grande recessão", mas na
verdade o que se iniciou foi uma "Nova Grande Depressão",
com potencial de ser infinitamente pior do que a que
aconteceu em 1929.
O que se procurou evitar nos Estados Unidos desde 2008 com a
impressão de dinheiro foi justamente a situação da Grécia.
Se ela deixasse a zona do euro, a economia cairia no vazio,
implodindo. Mesmo com a adoção da antiga moeda, o dracma,
ter-se-ia uma hiperinflação por conta de todo o sistema se
reiniciar a partir de um ponto de altíssima turbulência:
especulação, "overshooting" cambial monstruoso, depressão
econômica, altíssimo déficit público e ingovernabilidade.
Esta seria a situação dos Estados Unidos a partir de 2008,
não fosse a impressão de dinheiro. Essa impressão de
dinheiro, o QE, na prática significa que o país "quebrou". E
foi por isso tudo que houve uma forte preparação militar
para a contenção de uma guerra civil interna, pois Estados
confederados iriam querer se separar para escapar do caos,
deixando de ser parcialmente titulares das obrigações
federais, livrando-se do peso do caos.
O índice "Dow Jones Industrial" ultrapassou 18 mil pontos
(em meados de 2015), o que em princípio denotaria uma
pujante economia em recuperação, mas é mentira, esse alto
valor foi produzido pela inflação. Essa mesma inflação é a
que fez a altíssima dívida pública de USD 18 trilhões não
ser tão maior em termos reais do que a dívida inicial de USD
9,2 trilhões de 2008, mas ao mesmo tempo é a mesma inflação
que denuncia a gravíssima situação econômica em termos de
atividade quando se toma como referência a arrecadação de
tributos: os USD 3,1 trilhões de tributos federais
arrecadados anualmente hoje representam no máximo a mesma
coisa que os USD 2,5 trilhões de 2008, na verdade
representam menos, ou seja, em termos de atividade econômica
auferível por meio da arrecadação de tributos, a situação é
pior do que a vivida em 2008, isto é, a economia nada
cresceu desde então, apenas o valor dos ativos financeiros,
da dívida e da arrecadação, tudo por conta da inflação
produzida pela impressão de dinheiro, ou seja, tudo não
passa de ilusão, trilhões de dólares foram emitidos ao longo
de 7 anos e o país simplesmente não saiu do lugar, com a
dívida pública aumentando 99% em termos nominais e a
atividade econômica ficando em nível ainda inferior ao de
2008.
Assim, nenhum abalo mais pode sofrer a economia global, pois
foram esgotadas as possibilidades de ação de governos e
bancos centrais. Houve uma monumental manipulação do preço
do ouro tempos atrás, feita pelo Fed/EUA, com a venda a
descoberto de toneladas e mais toneladas de ouro, o que fez
o preço artificialmente baixar de USD 2 mil a onça-troy para
os atuais USD 1,1 mil (meados de 2015). Não fosse essa
jogada, os EUA já teriam explodido.
A situação é que a economia global está na corda bamba, está
sobre o vértice da lâmina da navalha ... Qualquer movimento
e será o fim.
Não é só a dívida pública atual. Dívidas futuras como
déficits previdenciários não contabilizados no presente
ameaçam os Estados. Na Europa, em 2011, o BCE, Banco Central
Europeu, quase jogou a toalha. Decidiu-se por um empréstimo
por 3 anos aos bancos quebrados. Os três anos se passaram e
chegou-se a 2014, na mesma situação, jogando-se então a
toalha, com o BCE começando a comprar títulos de países, tal
como fez o Fed. Chega-se à situação da Grécia (seria
necessário fazer-se uma jogada de impressão de dinheiro com
substituição de toda a dívida grega por títulos de 50 anos).
O que tem acontecido é que a situação tem sido simplesmente
postergada, assim como fez o Fed.
A impressão de dinheiro procurou evitar a decomposição da
base de alavancagem de derivativos de mais de USD 100
trilhões, algo que sobrepuja a capacidade de "bail-out" de
qualquer governo, mesmo o dos EUA. O capitalismo
simplesmente implodiu e colocou sob ameaça de extinção
Estados inteiros, colocando em xeque a própria civilização.
Este é então o assunto do próximo livro que está em
preparação e que será disponibilizado aqui para download
quando estiver pronto.
Não somos aqui adeptos da extrema-direita, nem da
extrema-esquerda. Somos apenas adeptos do capitalismo com a
condição de que seja honestamente regulado. Além disso,
somos adeptos também da idéia de governo global, hoje um
requisito básico para se evitar constantes turbulências
econômicas que sobrepujam a capacidade de intervenção dos
Estados. O governo global é uma idéia atacada por todas as
frentes ideológicas, que pregam ser isso uma estratégia de
dominação, o que é verdadeiro. Mas, paradoxalmente, é algo
necessário tendo em conta o mundo globalizado.
Outra informação importante hoje para os leitores: este site
não é petista, é anti-petista ao extremo. Mas este site
também é contra o sistema oligárquico que sempre existiu e
que faz com que o Estado seja uma mentira. O PT era contra
isso quando começou e hoje faz parte do estamento (o "establishment")
, ou seja, o PT se aliou às oligarquias e construiu o mais
sólido sistema ditatorial civil já visto na história,
preenchendo com corruptos todas as esferas e instâncias do
Estado. O comunismo é contra o estamento oligárquico também,
mas nós não somos comunistas. Defendemos apenas que a
Constituição seja cumprida de maneira séria, ou seja, cargos
devam ser preenchidos de forma honesta por pessoas honestas,
apenas isso (que é o suficiente para o progresso e a paz
social, o bem comum). Este é um problema nos EUA também, mas
bem menos grave, e foi isso que levou ao caos da Enron em
2001 e ao caos de 2008: a promiscuidade entre governo e
empresários.
Outra informação pertinente também é a seguinte: este
trabalho é apenas um passatempo, é o que nós gostaríamos de
ver, ler e ouvir na imprensa, que não existe mais no Brasil,
com exceção de um ou outro site. Embora possa ser uma
contribuição para que desinformados tomem consciência da
situação e ajam em prol da democracia, da lei, da ordem, da
autoridade, do Estado, neste quesito é um trabalho inútil. A
parcela de pessoas com consciência política no Brasil não
chega a 0,5% do povo, de modo que por mais sucesso que se
obtenha estar-se-á falando para as paredes. Assim, as
informações aqui postadas o são apenas pelo mero prazer de
discutir os assuntos, destinando-se àqueles que também
gostam de debater idéias. A decadência brasileira por conta
da ignorância do povo já era assunto retratado no nosso
livro publicado no ano 2000 (e aqui disponível para download).
A situação atual é infinitamente pior, embora se repita o
mantra de que o povo hoje tem mais consciência política.
Isso é mentira. O povo acabou, não existe mais e faz tempo.
A eleição de Lula em 2003 foi a demonstração cabal de que
àquele tempo o Brasil já havia sido arruinado. Sua
permanência no poder por mais de uma década mostrou isso
também, mostrou como o povo foi se emburrecendo cada vez
mais. Destarte, aqui a idéia é discutir os assuntos apenas
por passatempo, para os poucos gatos pingados lúcidos que
ainda sobraram se divertirem também.
Foi por isso tudo também que resolvemos elaborar esse
próximo livro sobre a crise dos Estados Unidos. O Primeiro
Mundo entrou numa fase de decadência brutal e o resultado é
o que nós já conhecemos: terceiro mundo, o fim do modo de
vida ocidental, com as sólidas democracias da Europa e da
América do Norte transformando-se em apodrecidas
civilizações em ocaso como o Brasil. Chegou-se ao século
XXI, à modernidade, mas o que se vê é uma decadência
medieval.
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